top of page
  • Foto do escritorSAS Smart

Saúde digital pode mudar a realidade do diabetes no Brasil

Grupo SAS acompanha diabéticos por meio de seu braço social e da tecnologia da SAS Smart


Um artigo recente publicado no jornal Folha de S.Paulo mostra a importância da digitalização para rastrear e controlar o diabetes, doença que coloca o Brasil na 5ª posição mundial de incidência, de acordo com a última edição do Diabetes Atlas, da Federação Internacional de Diabetes (IDF). O diabetes é uma das chamadas doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs), responsáveis por 75% das mortes de brasileiros atualmente.


O texto na Folha é assinado por um time do IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde): Julia Pereira, analista de Relações Institucionais, Maria Letícia Machado, gerente do Programa TechSUS, e Sara Tavares, analista de Políticas Públicas.


Dados sobre o diabetes não são animadores. No Brasil, estimativas dão conta de que quase 17 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos convivem com a doença, ou cerca de 11% desta faixa etária, conforme dados do Censo 2022. Um terço deste total ainda não teve o diagnóstico, o que pode atrasar o controle adequado da doença.


Segundo o IEPS, uma enorme parcela (72%) dos casos de DCNTs diagnosticadas só souberam sofrer de alguma condição crônica depois que os primeiros sintomas surgiram. A maioria dos pacientes de DCNTs, ainda de acordo com o IEPS, não é acompanhada: no caso do diabetes, apenas 10% dos diabéticos recebem pedidos de exames de hemoglobina glicada.


>> Saiba mais: consulte dados sobre o diabetes no site do FórumDCNTs, acesse o último Panorama IEPS (2021) e os relatórios da IDF

Projeções avaliam que os números ainda devem aumentar – e logo. Entre 2020 e 2025, os dados devem ver um salto de mais de 25%. A incidência de diabetes entre brasileiros teve uma leve piora após a pandemia do coronavírus, que representou uma piora também nas condições de autocuidado e de prática de atividades físicas e boa alimentação da população em função da necessidade de isolamento social.


"Para confrontar esse cenário, é imprescindível fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS), com foco especial no aprimoramento do sistema de vigilância das DCNTs e seus fatores de risco", diz a Folha. "Nesse contexto, a ampliação da digitalização da APS e a integração das informações dos usuários em todos os níveis de atenção à saúde surgem como importantes aliados".


CONTINUA DEPOIS DA IMAGEM


Sobre um fundo laranja há uma cartela de comprimidos, um copo com mais comprimidos, um pote de comprimidos, um medidor de glicose no organismo e uma caneta para controle do diabetes
Tratamento do diabetes deve também incluir a APS digital (foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Exemplo de sucesso

Desde 2021, em meio à pandemia, o Grupo SAS tem um projeto de acompanhamento de pacientes com diabetes. Este importante trabalho é feito em duas frentes: por meio do braço social do Grupo, a SAS Brasil, e no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a qualidade e ampliar as possibilidades da assistência com foco em saúde digital, com a SAS Smart.


"Fizemos isso em pequenos municípios, onde a digitalização é ainda mais importante devido à dificuldade do acesso a especialistas ou exames", ressalta Sabine Bolonhini, co-fundadora da SAS Smart e CEO da SAS Brasil. "Muitas das cidades, por exemplo, não têm laboratórios para realização da hemoglobina glicada", explica, em referência ao exame que mede os níveis de açúcar presentes no sangue, e que é essencial para diagnosticar e controlar o diabetes.


Sabine ainda lembra que em pequenos municípios não há endocrinologistas para acompanhar de perto os casos mais complexos da doença, algo importante no manejo do diabetes.


"A partir da experiência prática, construímos uma linha de cuidado do paciente crônico do diabetes. Ela já está totalmente digitalizada, com registro em prontuário eletrônico, acompanhamento de desfechos e avaliação de engajamento do paciente em diferentes etapas" – Sabine Bolonhini, co-fundadora da SAS Smart e CEO da SAS Brasil

Desigualdade no diabetes

A realidade dessas regiões brasileiras é muito parecida com a de países de baixa renda, nos quais existem desigualdades gritantes na capacidade que as pessoas têm de se prevenir e conviver com doenças como o diabetes, com altos custos de medicamentos, dietas restritivas específicas e dificuldade de manter atividades físicas regulares.


A reportagem da Folha indica que, ao considerar a atuação do SUS, "o caminho para reduzir a prevalência de diabetes passa por implementar linhas de cuidado de DCNTs na atenção primária à saúde", com fluxos de assistência que garantam o atendimento às necessidades reais dos usuários. Isso, segundo o texto, significa sair de um modelo que só trata doenças para outro, capaz de prever riscos, desfechos e prevenir complicações agudas. "Isso significa oferecer um atendimento integral e contínuo, com medidas de promoção da saúde, prevenção de doenças e gerenciamento dos casos já diagnosticados", informa a Folha.


A telessaúde, nesses aspectos, pode simbolizar a diferença entre ampliar ou reduzir essa desigualdade. Chegando a rincões com menos ou nenhuma oferta de estrutura de saúde, como aquelas indicadas por Sabine, a telemedicina pode ajudar a tratar o diabetes. Isso pode ter um forte impacto nos números da doença no Brasil.


A solução já existe e já está sendo integrada ao SUS. Como Sabine lembra, o prontuário eletrônico da SAS Smart, o SIAS, integra informações do e-SHS e do Aghux, unindo em um só sistema dados de atenção primária, secundária e terciária. "Essa experiência está acontecendo em Campinas, cidade que utiliza o SIAS em toda a rede do SUS", lembra. A SAS Smart gerencia o sistema de telessaúde de Campinas, o maior município do interior paulista.


Avanços

É necessário reconhecer que, mesmo neste cenário, há boas notícias. Lançado recentemente pelo IEPS, o livro "Desafios da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020-2028" mostra que ao longo dos últimos três anos houve avanço na informatização e da conectividade nas UBSs do país, embora em níveis que acompanhem os da desigualdade no Brasil.


Segundo a publicação, cerca de 72% dos municípios brasileiros já tinham o PEC (Prontuário Eletrônico do Cidadão), do SUS, ou algum sistema próprio implementado em 2022. Quase metade das cidades (49,21%), ainda segundo o livro, tinham o PEC totalmente implementado.


O Brasil, entretanto, ainda enfrenta dificuldades e pontos frágeis no processo de digitalização da saúde, com a descontinuidade de processos após mudanças na gestão e a dificuldade de integração completa entre diferentes fontes e sistemas de informação em saúde. Esse cenário é especialmente preocupante para pacientes de doenças crônicas, como os diabéticos, cujo acompanhamento adequado depende que as informações sobre o estado de saúde estejam integradas em todos os níveis da rede.


Foto de capa: Michael Aw/FreeImages

Posts Relacionados

Ver tudo
bottom of page