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Acesso à saúde: dados que explicam o tamanho do desafio

Quando falamos em acesso à saúde no Brasil, a primeira reação é de susto. Os dados mostram na teoria aquilo que o brasileiro conhece na prática: a dificuldade de vencer filas, de conseguir consultas com especialistas, de marcar exames, até de encontrar um médico. As dimensões do país representam enormes desafios: alcançar comunidades isoladas, distribuir médicos de forma menos desigual entre as diferentes regiões e dentro delas, dar oportunidades parecidas a pacientes em capitais e em cidades pequenas…


Agente feminina da FAB, fardada e com braçadeira branca e cruz vermelha, analisa criança indígena usando apenas fralda e no colo de mulher, sob o olhar de um homem
Oficial da FAB atende indígenas Yanomami na Casa de Saúde do Índio, em Boa Vista (foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Fotos Públicas)

Às vésperas de completar 33 anos, o SUS (Sistema Único de Saúde) é respeitado e serve de modelo de gestão de saúde pública para diversos países. Trata-se do maior sistema público de saúde do mundo, atendendo a centenas de milhões de pessoas. O SUS foi desenhado em meio à redemocratização, no fim dos anos 1980, para oferecer saúde universal, gratuita e de acesso igualitário a todos os brasileiros.


Os desafios da Saúde são tão grandes quanto o próprio SUS, exemplo em capilaridade e de ações que são modelo para o mundo todo, como as nossas campanhas de vacinação. Há uma grande dor, ainda gritante: o acesso universal e a equidade, considerando as diferenças regionais do país.


Com mais de 500 mil médicos, quase 1,8 mil municípios têm menos de um profissional a cada mil habitantes em um sistema do qual dependem entre 70% e 80% da população brasileira. Quase 73 milhões de brasileiros (34% da população) não estão cobertos pelo programa de atenção básica do SUS, a Estratégia Saúde da Família (ESF).


"Trabalhar junto ao SUS para vencer o desafio da equidade no acesso à saúde é o que nos move todos os dias. É um desafio imenso em um país que já convive com tanta desigualdade, mas acreditamos que a tecnologia pode ser o principal motor de transformação" - Adriana Mallet, CEO da SAS Smart.

A visão do brasileiro sobre o acesso

No que se refere às opiniões do brasileiro sobre o estado da saúde, uma pesquisa de 2022 conduzida pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) mostra que 4 a cada 10 pessoas reprovam as condições atuais, com diferentes proporções região a região (veja no gráfico).


Gráfico mostra a opinião do brasileiro sobre a Saúde no país. De forma geral, a maioria (43%) avalia a Saúde como ruim ou péssima, enquanto apenas 9% dizem ser "ótima ou boa".
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De acordo com o levantamento da Anahp, apenas 9% da população avalia o quadro da saúde brasileira como "bom" ou "ótimo". As maiores dificuldades apontadas pelos usuários do SUS são realizar exames (40%), marcar consultas (38%) e conseguir medicamentos (12%) ou vaga em hospitais (6%). Em postos de saúde, 43% dos entrevistados apontam a falta de médicos como a principal queixa.


Os dados deixam claro que investimentos urgentes e robustos tanto na distribuição do acesso quanto na melhoria dos serviços devem ser prioridades no país.


Investir em tecnologia

Outro levantamento, da Anab, aponta que 80% dos brasileiros estão preocupados com o acesso à saúde, número que cresceu durante a pandemia. Na pesquisa da Anahp, a pessoas apontam como prioridade o cuidado com a saúde (39%) como prioridade em sua vida, atrás apenas da família (41%), e à frente de trabalho (12%), estudos (5%) e outras prioridades (2%), está claro: para mudar o cenário, 28% dizem ser necessário investir em tecnologia e inovação.


O investimento em tecnologia é também um dos pontos levantados por um estudo internacional do qual o Brasil pela primeira vez, o PHSSR, sigla em inglês para "Parceria para Sustentabilidade e Resiliência do Sistema de Saúde". O diagnóstico aponta a necessidade de mais financiamento e redefinição de critérios para alocação de recursos para o SUS, promover mais integração por meio de plataformas digitais e rever regulamentações sobre produtos que afetam a saúde.


O Brasil é o primeiro país latinoamericano a participar do esforço, que envolve centros de pesquisa, universidades e multinacionais, analisando os serviços públicos de saúde de 30 países.


Mais e mais, vai ficando claro que a telessaúde se configura como a única solução viável para contornar os problemas que o Brasil enfrenta na área. Os atendimentos à distância, aliados a profissionais capacitados e a investimentos em tecnologia, podem diminuir distâncias, democratizar o acesso e reduzir as desigualdades. Pode, enfim, dar ao SUS as características que sempre o definiram: universalidade, integralidade, descentralização e equidade, com participação social.


Confira mais dados sobre o acesso à saúde:


Foto de capa: Reprodução/Proxis

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